11/23/2006

Entre flores


Pingámos,
rebolámos
e
prová-mo-
-nos,
entre flores.

Amanhecemos
gotas de orvalho,
nossos corpos
reacendidos.
Germinámos
a preto
a branco
ou a cores,
antes assim
que vendidos.

Pisada
seiva entardecida,
doce futuro
feito ferida,
o teu sangue quente
remanescente
sulcando o chão
vazando
vida.

Lambemo-nos
entre flores.

Sorvemos
de trago rumores,

resplandecemos
a nossa utilidade
ejaculante.

Chovemo-nos
em redondas gotas
de humores,

apodrecemos
no calor
sufocante,

a minha, a tua
propriedade
de amante.

e restámos.

um canto
varrido de dores,
secas palhas
de suores

tudo isto,
entre flores.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Tudo o que escreves é o ar que eu respiro e preciso sempre deste ar para poder viver... Nada se trona em exagero, mas sim a ternura das letras que se juntam para formar a liberdade das palavras que escuto...

December 11, 2006  

Post a Comment

<< Home