passagem pelo absurdo.

A: pelo que esperas?
B: pelo amor.
A: Que pena.
B: Porquê?
A: Por momentos sonhei que esperasses GODOT.
B: Quem é esse?
A: Deus. e eu seria Beckett. Samuel.
B: Nome esquisito, Samuel... de qualquer das formas não acredito em deus.
A: Mas acrdeitas no amor.
B: Não sei. ele ainda não chegou.
A: Só acreditas quando o vires?
B: Disseram-me que era fácil de encontrar. bastava-me esperar para ele vir.
A: Então é ele que te encontra, não és tu que o procuras.
B: Tanto faz.
A: E que fazes?
B: Espero. E tu?
A: Procuro.
B: O quê?
A: Não sei.
B: Talvez esse tal de Samuel.
A: Não. esse já morreu.
B: Ainda à bocado pensavas que o eras.
A: E se-lo-ia se o esperasses.
B: A quem?
A: GODOT!
B: Talvez esse GODOT conheça o amor.
A: Se existir.
B: Também só acreditas quando vires?
A: Não sei. também não sei se é dele que ando à procura.
B: Bem esquisita essa tua indecisão.
A: Sim. Se comparada com a tua certeza.
B: Certeza de que?
A: De nada, pelos vistos.
B: Não me traz desilusão esperar.
A: E eu não me importo de procurar!
B: Então sai daqui que não és quem eu espero!
A: Com todo o prazer. que não és quem procuro.
PAUSA. A AFASTA-SE.
B: Espera. Tens lume?
A: Depende. Tens cigarros?
B: Não.
A: Então tenho.
B: Se eu tivesse cigarros não tinhas lume?
A: Não. Seria demasiado fácil.
1 Comments:
Seria demasiado fácil escrever o óbvio. Amei. Mais uma vez. E outra vez.
Parabéns
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