11/06/2006

vínculo vinícola.


quando deixamos de impor regras, deixamos de nos impor. aos outros e a nós próprios. e aí fluimos. e aí somos água. não sendo nós próprios. nós próprios a regra que impomos. aos outros e a nós próprios. que sem regra não sabemos quem somos. que decida a moeda ao ar. somos nós que a elevamos. não conta a sua decisão se proveio de seus amos. invadidos. trauteados. a nossa leve melancolia, a compor um sinfonia sem dar atenção ao fim. continua a tocar, continua a andar para a frente. a arrastares-te se preciso for. mas anda. sem levantar as mãos do que quer que seja. porque andando não te corrompes, não te comprometes contigo própriio. e solto quem sabe andarás mais fundo e mais denso entre todos os corpos e poços fundos ou não da terra. não te desprendas dessa missão. de não seres agora, em lado nenhum. é impossível se acreditares em coelhinhos da páscoa. não na páscoa em si. continua que diabo! não temas os atrasos, nem faças tempo de espera que é o pior tempo do mundo. o que existe em onda de guilhotina que desce e te rouba a carteira. faz-te surdo aos outros. não te oiças a ti próprio. expele-te qual jacto de tinta a aniquilar qualquer alvura. tens de dar cor. produzir cor que seja escuridão e brancura ao mesmo tempo. por acaso. por todos os acasos em que estás aqui e aos quais não prestaste ainda tributo. vamos! paga! ajoelha-te e prepara a pele para a pomada. vais deitar sangue que terás de esfergar do teu próprio chão. confuso. amnésico. sem parança. corre lava pelas letras que compoem o que não vês. e decompoem-te com piada. suga-te. espreme-te. e és todo sorrisos perante a liberdade de súbito concedida. experimentas mudança, desimposições. deixas de ver e passas a ser o que dantes vias. de acesso áquele deusinho que temes não sabes porquê. sê racional. e quando o és, és supersticioso da tua racionalidade. e já te vendeste a esse estigma. é a liberdade que não pára, que te prendeu a ela com cola super 3. escapa. evade-te. torna-te o boneco de BD que cava tuneis com colheres de sopa. escava bem. empresta-te da meticulosidade de alguém que não és tu. mas que pode estar lá dentro. aí dentro de ti. vigia as portas, controla o tempo. escava. és o mapa de ti próprio. foge. procura outro lugar. outra liberdade menos espaço. outra liberdade menos tempo. alguma que seja. alguma que se veja. alguma que prove que tu és. assim mesmo, sem arranjos.

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