9/23/2006

poema simples

Enquanto revolvia memórias e mãos cheias de areia, percebi que és um relâmpago que divaga à velocidade da luz pela minha cadeia bifurcada de nós, laços e entrelaços. Neurónios. Uma auto-estrada de pensamentos e estás em todos, mesmo naqueles que só acompanhaste em sonhos de que não te lembras acordada. Revolução, contra-revolução. Um epigrama de sensações confundidas em cheiros aromáticos, como um campo infindável de condimentos; cardumes de peixes a cheirarem a cardumes de peixes, e algas de odores potentes debaixo de água. Tu és o cheiro debaixo de água.
Bicho pequeno cristalizado, amarrado cirurgicamente num novelo de fio infinitesimal. Eu. Antes. Pássaro que desfere acrobacias mortais no imenso espaço sem fundo, percorrido da infalibilidade de um planar seguro como a aterragem. Durante (nós não temos depois). De ti.

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